sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O maior e mais louco larp de Battlestar Galactica acontecerá ano que vem na Suécia


por  Rob Bricken, em 29 de novembro de 2013


Se você curte live-action role-playing, é fã de Battlestar Galactica, ou escuta regularmente "All Along the Watchtower" [NT: essa] na sua cabeça, é melhor você começar imediatamente a procurar passagens de avião para a Suécia. Em março do próximo ano, a cidade de Gotemburgo irá sediar um larp completamente insano chamado The Monitor Celestra que será jogado... em um destroyer real. Do site oficial:
Nossa história começa na estação Ragnar onde a frota rag-tag está detida enquanto a Battlestar Galactica recarrega suas munições.
The Monitor Celestra durará em torno de 130 horas entre o fim da minissérie e o início do episódio "33" (i e início da primeira temporada). É altamente recomendável que você assistia pelo menos isto de Battlestar Galactica antes de se alistar.
Enquanto nos esforçamos para permanecer fiéis a tradição da série re-imaginada, nos permitiremos desvios dramáticos ao cânone quando isso trouxer consequências para os eventos abordo da Celestra, até mesmo podendo incluir a destruição da frota.
Mesmo que você não jogue larp ou não possa com os custos, vale a pena checar o site apenas para ver o quão loucamente elaborado é isso. Eles tem a história montada, onde é definido o cânone do BSG, quais grupos dferentes estão a bordo da nave e muito mais.
 They've got the story figured out, where it's set in the BSG canon, who the different groups onboard the ship are, and more. Eles já tem o estilo Battlestar Galactica de loucura:
Através do uso de jogadores especialmente instruídos, poderemos experienciar projeções Cylon e flashbacks mundanos que compõe as peças centrais da narrativa de Battlestar Galactica. Nos inspiramos nos relacionamentos de Baltar - Caprica Six e nos esforçamos para criar dilemas similares possíveis para todos os jogadores, direta ou indiretamente. Você pode repentinamente encontrar-se de volta em sua casa Tauron, vivendo dilemas de seu passado que continuam a assombrar o seu personagem. Tudo dentro de um quarto especialmente criado para Projeções.
Honestamente, a idéia de que alguém poderia interpretar um Cylon infiltrado ou mesmo um anjo (ou o que diabos estava acontecendo naquela temporada passada) causam-me deleite sem fim. Apesar de que, se eu fosse, tenho certeza de que teria pego para mim o comandante da nave - claro, aprecio a honra, mas se for para ficar bêbado e fedorento chorando sobre o destino inevitável da humanidade, eu posso fazer isso em casa.


FONTE: IO9 - O maior e mais louco larp de Battlestar Galactica acontecerá ano que vem na Suécia, http://io9.com/5964404/the-worlds-biggest-craziest-battlestar-galactica-larp-is-happening-next-year-in-sweden

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

LARP. Zombies, bifanas, tiros de espuma e catanas

Por Joana Azevedo Viana, publicado em 23 Maio 2012

Marque na agenda: em Setembro chega uma nova forma de brincar ao apocalipse e às conspirações


Foi a pinta de Zombie Master que safou José Jácome da prisão. Chegado de Londres com shotguns e um cinto de balas verdadeiras – ainda que “usadas e esvaziadas de pólvora” –, foi chamado a uma sala de segurança do aeroporto de Lisboa para esclarecer a alfândega sobre possíveis intenções terroristas. “Lá acabaram por achar piada à coisa e deixaram-me passar com tudo.” Meses depois, vindo da Finlândia com oito máscaras de gás verdadeiras no porão, o filme repetiu-se. Os seguranças voltaram a perceber que era tudo por uma boa causa.

Jácome, de 30 anos, e o sócio Philip Kirkby, de 37, são os responsáveis pela chegada do Live Action Role Play (LARP) a Lisboa. Depois de organizarem noites de jogos de tabuleiro de terror em edições do MotelX e de abrirem o Clube de Jogos de Carnide, a nova aventura é trazer para a capital os ensinamentos dos países nórdicos, verdadeiros profissionais de LARP. “Estive num congresso de oito dias disto na Finlândia. Ficaram todos contentes, aparentemente fui o primeiro português a participar num encontro destes.”

Jogar LARP é um do-it-yourself meio preparado meio improvisado: as pessoas são os peões, a cidade o tabuleiro, vale tudo para sobreviver e há histórias e missões a desenrolar-se constantemente. “Mas isso não quer dizer que as pessoas não possam entrar a meio”, explica Jácome. “Vamos fazer uma campanha que começa em Setembro, quando abrirmos inscrições, e vai haver um jogo por mês. A história vai acontecendo, mas são todos bem-vindos em qualquer altura.”

Para já, ainda muito está no segredo dos zombies. Para publicitar a novidade, a dupla está a preparar uma curta que deverá passar na próxima edição do MotelX. Para que tudo corra bem é preciso ensaiar. E sem saberem bem ao que iam, uma jornalista e um designer do i acabaram por se infiltrar nas primeiras gravações, num cenário apocalíptico digno de Romero: ela como caçadora, ele como zombie.



EPIC WIN Estamos numa mansão abandonada em Algés, com vegetação a perder de vista, espaços recônditos e umas 40 pessoas em plena transformação. Faltam algumas horas para a final da Taça de Portugal, mas ali quem reina são os mortos--vivos, não o futebol. Toda a gente respondeu ao chamamento do grupo LARP Lx no Facebook para passar um domingo diferente a caçar e a ser caçado. Receita com tudo para dar certo.

Entramos por um talho ensanguentado para a zona de maquilhagem. Estava combinado que cada pessoa se zombificaria, mas Cypress, uma das presentes, acaba a cobrir caras com argila, a pintar feridas com tintas e gelatina e a usar groselha como sangue, borrifando-a em roupas usadas cedidas pela organização.

O designer do i usa um blazer bege pendurado num gancho do talho, senta-se na cadeira da caracterizadora e, em cinco minutos, está transformado. A jornalista apaixona-se por uma máscara assustadora, pega numa shotgun com balas de espuma e prepara-se para a caçada. Os zombies já estão todos escondidos: nos edifícios, na zona da piscina, nas casas contíguas com mato por desbravar. Ouvido o tiro de partida, é incrível como se entra de imediato na onda. “Cuidado! Há uma horda!”, grita Kirkby, caçador companheiro, com uma minicâmara na arma e uma máscara de gás. Saltam zombies de todos os lados, correm, atiram-nos ao chão, mordem-nos. A jornalista é a primeira a ser transformada.

“Desta vez foi mais um jogo de escondidas do que LARP, porque em LARP há missões e objectivos a cumprir”, explica Jácome com uma máscara de porco e uma motosserra na mão, já o jogo tinha terminado. “Mas foi um epic win e serviu para aprender muito de logística e de como usar as câmaras para gravar tanto da perspectiva do caçador como do zombie. É bom poder ver o pânico quando um caçador é infectado.”

Nem só de zombies se farão os LARP. Desde o jogo em que todos são mercenários e alvos à história de alguém em risco de vida por querer denunciar terroristas, vai valer tudo. Os organizadores pedem uma pequena contribuição para as bifanas e as cervejas servidas nos encontros e para ir aumentando o arsenal falso. Depois vai ser só seguir instruções e entrar no jogo sem perder a cabeça.



 
FONTE da Matéria: Ionline (Portugal) - LARP. Zombies, bifanas, tiros de espuma e catanas, http://www.ionline.pt/boa-vida/larp-zombies-bifanas-tiros-espuma-catanas

FONTE do vídeo e fotos: Larplx, http://larplx.clubedejogos.com & Fanpage Larp Lx no facebook, https://www.facebook.com/larp.lx

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Understockholm

Postado originalmente em 15 de dezembro de 2011 por Petter Karlsson


Understockholm é uma campanha sueca de larp inspirada em Neverwhere de Neil Gaiman.

- Nosso objetivo é contar um conto de fadas sombrio e urbano sobre a parte de Estocolmo que vive nas sombras, túneis e becos esquecidos e abaixo, acima, em torno de nosso cotidiano em Estocolmo, diz a organizadora Sofia Stenler.

É possível jogar grupos de outras cidades, por exemplo, a dinamarquesa Companhia do Oriente Indiano, sendo grupos falantes de inglês em Understockholm.

Web: Understockholm (em sueco, Inglês com o Google Translate).
Foto: Niclas Lundborg

Artigo por Ole Peder Giaever...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Petter Karlson - Uma Introdução ao Larp Nórdico

Comentário do editor (larp radar): Em 19 de janeiro desse ano (2012), Petter Karlsson - larp designer bruto que trabalhou em Conspiracy for Good, The Truth About Marika, e realizou os Prolog de 2008 a 2012, entre muitas outras coisas - publicou Why We Larp - an Introduction to Nordic Larp (Porque Nós Jogamos - uma Introcução ao Larp Nórdico), um simples "sildeshow" com fotos e muito pouco texto a respeito do jeito Finlândia-Noruega-Dinamarca-Suécia de fazer live action roleplaying.

Este mês, esteve ao vivo no canal Smithsonian para contar porque os nórcidos jogam larp! Segue o vídeo resultante! (Abaixo dele, o slideshow e a postagem aos quais me refiro!)


 

FONTE: Bambuser - Seminar about Nordic LARP at the Smithsonian with @petterkarlsson, http://bambuser.com/v/3048015


Porque jogamos - Uma introdução ao Larp Nórdico

Publicado originalmente em 19 de janeiro, 2012 - por Petter Karlsson



Ontem realizei uma palestra sobre Larp Nórdico. Aqui você pode ver minha apresentação e minhas coleções de links para aprofudameto, leitura e, claro também para jogar!

A palestra foi realizada na Academia de Artes Dramáticas de Estocolmo para o curso de Transmídia - da contação de histórias à distribuição, organizado por Jo Rydberg Lidén e Mirko Lempert. Era uma turma grande com um monte de perguntas muito boas e também foi bastante desafiador já que eu precisava fazer isso em Inglês.

Aqui você pode assistir a palestra. Eu cortei uma parte no início onde nós jogamos um larp curto em sala de aula.

Veja e faça o download dos slides aqui.


Links

Aqui estão alguns links que você pode conhecer! Esta lista será atualizada, assim por favor me envie sugestões para o que colocar aqui.

Internacional – Vídeos:
Nordic Larp Talks

Internacional – Leitura Complementar:
Nordic Larp Wiki
Nordic Larp Book
Playground Role-playing Magazine
Lizzie Stark – Editora e Jornalista americana
The Larpwright – Blog do Erik Fatland, um  larpwright (larpdramaturgo) Norueguês
News piece in Roads and Kingdoms

Internacional – Conferências/convenções:
Knutepunkt -  Conferência

Internacional – Jogos:
Just a Little’ Lovin – Exemplo de Larp Nórdico
Chamber Games – Jogos curtos que você pode baixar e jogar.
We Go By Jeep –  Free-form role-playing games disponíveis para download.
When our Destinies Meet –  caixa preta de sistema de roleplay game disponível para download.
Conspiracy For Good – Jogo Tansmídia de 2010 pela The Company P.

Suécia – Conferências/convenções:
Prolog – Conferência sueca sobre larp

Suécia – Jogos:
Spelkalender – Calendário de jogo
Lajvfabriken – Uma rede criando larps curtos
LajvVerkstaden – Larps para Educação

Suécia – Outros:
Inlajv – Uma revista eletrônica sobre  larp

Obrigado aos fotógrafos!
Bjarke Pedersen – The White Road (2005), Totem (2007), LVL5 (2010)
Peter Munthe-Kaas – System Denmark (2007), Kapo (2010)
Emma Hansdotter – Våra Drömmars Stad (2009)
Jonas Hörberg – Hemligheten (2010)
Karin Edman – Skymningsland (2010)
Larson Kasper – Nordic Larp Talks (2011)
Henrik Löwenhamn, Riksantikvariämbetet (CC-BY) (2011)

Eu também gostaria de agradecer Johanna Koljonen  pelo grande input, e se você ainda não viu sua fala introdutória ao Nordic Larp Talks sobre a cena nórdica de Larp, veja aqui:  NLT 2011 – Introduction to Nordic Larp.

Finalmente, gostaria de agradecer a incrível escritora e blogueira americana  Lizzy Stark . Ela é sempre uma ótima escritora e é bom segui-la - eu fiz grande uso da postagem de seu blog 


FONTE: Petter Karlsson Blog - Porque Jogamos, uma Introdução ao Larp Nórdico, http://petterkarlsson.se/2012/01/19/why-we-play-an-introduction-to-nordic-larp/

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Larp sobre Drácula pela Confrara das Ideias

publicado por Luiz Falcão em 3 de outubro de 2012, no blog da Confraria das Ideias 

Quem acompanha a Confraria das Ideias já conhece a Fantástica Jornada Noite Adentro. Trata-se de um evento que acontece três vezes por ano na Biblioteca Pública Municipal Viriato Correa - a biblioteca temática de literatura Fantástica. O evento acontece sempre na madrugada de sexta para sábado, com uma programação intensa que sempre envolve mostra de filmes e um Live-Action (larp) da Confraria das Ideias e já envolveu outras atividades como sarau, peça de teatro, workshop de maquiagem e até desfile de moda!

A Jornada também já contou muitos convidados ilustres, como Zé do Caixão, o diretor de cinema Rodrigo Aragão, o escritor André Vianco e muitos outros.

Há sempre um tema associado a cada Jornada: vampiros, zumbis, detetives, bruxas, realismo mágico, a obra de Edgar Allan Poe... só para citar alguns exemplos. Toda a programação é pensada através do tema do dia (ou melhor, da noite), que faz referência a algum subgênero, tema ou corrente da literatura fantástica, e a Confraria sempre um cria live inédito para cada um desses temas.

Dessa vez, o tema da Fantástica Jornada é Drácula ! Ao contrário do que algumas pessoas possam pensar, não criamos uma história de vampiro. Ao invés disso, voltamos no tempo para a Valáquia do séc. XV, quando Vlad, o empalador era soberano e liderava suas tropas cristãs (!) contra o avanço dos Turcos. (...)


Leia o restante da matéria no blog da Confraria das Ideias.




FONTE:
Blog da Confraria das Ideias - Drácula, dia 9 de novembro, http://rpg-live.blogspot.com.br/2012/10/dracula-dia-9-de-novembro.html

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Dagorhir: um documentário

publicado por Ivar em setembro de 2012, no site da Gladius Swordplay


Já mencionamos em outras ocasiões que o grupo Dagorhir é uma das inspirações para as atividades de combate promovidas pela Gladius Swordplay. O video abaixo é um documentário produzido por universitários que foram visitar dois grupos filiados à Dagorhir e também registrar as impressões dos seus membros.

É um registro muito interessante sobre a atividade de um dos maiores grupos de combate com espadas de espuma dos Estados Unidos, e talvez do mundo; alguns dos eventos que eles promovem, como o Ragnarok, chegam a contar com 1200 pessoas no campo de batalha. O vídeo está em inglês, e só há legendas em um dos trechos (também em inglês).





FONTE:
Gladius Swordplay - Dagorhir: um documentário, http://www.swordplay.com.br/2012/09/dagorhir-um-documentario/

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Conheça melhor o Live Action Role Playing (LARP)

postado originalmente por Dan (o site Works4Weaks)


Curioso para saber como funciona o LARP (Live Action Role Playing, ou Jogo de Interpretação ao Vivo, em tradução livre)? Nosso amigo Aguirre Melchiors preparou um artigo pra esclarecer melhor como funciona essa forma de RPG, veja só:

LARP

Larp é a forma de RPG aonde os personagens agem fisicamente e representam seus personagens de forma parecida com o teatro. Ações físicas ou arriscadas são determinadas pelas regras do jogo e as vezes depois de determinadas são também encenadas. É comum ver no LARP pessoas caracterizadas, vestidas como seus personagens, maquiadas e portando vários acessórios.

Os narradores decoram o ambiente para lembrar o cenário do jogo, a tarefa dos mestres é árdua pois ele deve organizar os jogadores, reservar o local do evento, ficar atento às disputas e representar NPCs. Geralmente o evento abriga mais de uma dezena de jogadores, podendo chegar a centenas em alguns países, isso faz necessário vários mestres para organizar o jogo.

  No LARP as regras tendem a ser bem mais simples e dinâmicas que nos jogos de mesa, tanto pela quantidade de jogadores, quanto pela praticidade necessária para evitar o uso de mesas, miniaturas, marcadores e demais acessórios comuns no RPG de mesa. Cartas são comuns em sistemas como Castelo Falkenstein, Pedra-papel-tesoura em Vampiro, cronômetro em Trevas e hoje em dia programas para smartphones e tablets, o ideal é uma jogada por disputa e quando absolutamente necessário.

 Vantagens do LARP:

  • Se você tem um grupo de jogo muito grande, usar um sistema de LARP é bom.
  • É mais fácil para atrair Jogadores novatos, tanto para ensinar a representar como pelas regras simples.
  • É muito divertido caracterizar-se e representar, as garotas adoram.
  • A frequência dos jogos é menor, porém às vezes é mais intensa, pois o jogo fica mais orgânico, evitando as sequências de ação e facilitando o mistério e a intriga.
  • O narrador não precisa representar a discussão entre dois (ou mais) NPCs, ele deixa isso por conta dos jogadores.

Desafios do LARP:

  • É fácil o narrador perder o controle do jogo, porém na maioria das vezes ele somente vai mediar os jogadores.
  • Os jogadores se apegam muito mais aos personagens e também é mais comum o Player versus Player, gerando atrito entre jogadores menos maduros.
  • É difícil de organizar e de marcar jogos, necessitando da cooperação de várias pessoas.
Em geral os jogos continuam em PBMs até o próximo encontro, ou em jogos de mesa organizados para grupos menores, estes focados em cenas de ação.

Fora do Brasil é comum ver LARPs de vários cenários, desde zumbis a batalhas medievais, estas mais populares, contendo centenas de jogadores, porém a maioria dos sistemas é criado pelos próprios jogadores ou adaptados de sistemas atuais como D&D e Vampire.

Em Joinville há um projeto de live action focado no novo mundo das trevas, com jogos uma vez ao mês e reunindo cerca de vinte jogadores, este jogo procura contar como seria a cidade de Joinville se o sobrenatural existisse, se as intrigas e maquinações fizessem parte da nossa cidade há anos e se os vampiros lutassem pelo controle da cidade, moldando e mudando ela com o passar dos anos.

Para participar do jogo é só entrar na nossa comunidade do facebook Vampiro Requiem – Joinville, ler o guia Festival Macabro nos arquivos do grupo e fazer a história.

See Ya Folks!

Aguirre Melchiors

Rafael Soares – Como Vampiro Nomak
 Bem como a mafia
 Alguns usam Armas, outros chinelos
As meninas Adoram

Com excessão da primeira imagem e do primeiro parágrafo [Nota do LarpRadar: a imagem usada no primeiro parágrafo é do larp dinamarquês  "Agerbørn - The Crossroads", de 2007, e é de autoria de Jens Niros. Está sob licensa Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported.] , todo o resto do texto e imagens são de autoria de Aguirre Melchiors, que autorizou sua publicação.  



FONTE:
Works4Weaks -  Conheça melhor o Live Action Role Playing (LARP), http://www.works4weaks.com.br/conheca-melhor-o-live-action-role-playinglarp/


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A Rainha Elizabeth I adorava jogar larp

por Colin Schultz

"Depois do chá, vista-te como um dragão de tal forma que eu deveria matar-te."

"Ninguém jogou larp como os Tudors".

É o que diz Lizzie Stark em seu ensaio sobre a muito-mais-longa-e-rica-que-você-imaginou história do live action role playing.

Hoje, live action role playing (larp-ing) leva você para mundos mágicos onde poderosos magos lançam relâmpagos pelas mãos ao jogar varetinhas em seus amigos e a Guerra Civil Americana pode acontecer todos os dias. [Nota do Tradutor: assista também ao outro vídeo sobre o reenactment/larp da Guerra Civil Americana, aqui no LarpRadar]



Relâmpago!

Mas de acordo com Stark,
A Rainha Elizabeth I presidida alguns sérios, e realmente caros, entretenimentos semelhantes ao larp.
Para a Rainha, que reinou de 1558 a 1603, o Conde de Leicester promoveu uma festa enorme.
Em meio a uma agenda lotada de caça, purgação de urso (bear-baiting), prestigiar justas, shows acrobáticos, e peças teatrais, Elizabeth repetidamente encontrou figuras míticas que saltaram de um arbusto para poeticamente elogiá-la e pedir sua ajuda. Por exemplo, ao voltar da caça, um dia, a rainha passou por cima de uma poça perto do castelo. Um cara vestido como o deus do mar Tritão nadou até os pés de Sua Majestade, em nome da Arturiana Senhora do Lago, que estava sendo ameaçada pelo malévolo "Sir Bruce." Depois de a rainha intimidar o inimigo com a majestade de sua aura, a Senhora do Lago deslizou sobre a água em uma ilha móvel para agradecer à rainha. Mais tarde, o mítico músico Arion surgiu de um golfinho mecânico de 6 metros de comprimento com uma banda de seis integrantes escondida dentro dele - o barco foi feito para que seus remos parececem ser barbatanas.
Como Stark explica, este amor pelo roleplaying não se limitou aos Ingleses. "Os romanos", diz ela, "ofereciam festas temáticas a fantasia."

Júlio César entra no foyer vestido como um etrusco. Mas seu traje não é único.

"Até tu, Brutus?", Diz ele com um suspiro.

FONTE: Smith Sonian Magazine, Smart News - Rainha Elizabeth I adorava jogar Live Action Role Playing ,  http://blogs.smithsonianmag.com/smartnews/2012/07/queen-elizabeth-1-loved-live-action-role-playing/

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Vice - Batalhando por um LARP Mais Violento

By Shane Danaher


Fiquei curioso em saber por que alguém passaria o verão bancando o William Wallace junto com outros bocós, e também pra saber realmente como era isso, então parti pra Chaos Wars em Hailey, Idaho. Atraindo cerca de 500 participantes, a Chaos Wars é o Natal, o Kwanza, a Páscoa, o Yom Kippur e o carnaval do calendário Belegarth. Os participantes largam seus empregos, terminam com suas namoradas e pegam carona através de vários estados pra passar a semana mais quente do verão norte-americano acampados num estábulo e participando de uma cópia aguada das cenas de batalha do Senhor dos Anéis.

Enquanto festivais de Live Action Role Playing (o “LARP”) similares acontecem por toda a América do Norte (a VICE cobriu uma batalha parecida no Quebec ano passado), a Chaos Wars supera seus contemporâneos em escala e na predileção por mais violência.

Os participantes da Chaos Wars são praticantes de Belegarth, que é uma das muitas subespécies de LARP criadas pela Sociedade do Anacronismo Criativo no meio dos anos 70. Dando uma ênfase (relativamente) mais leve no role-playing que as outras, e demonstrando um amor muito bem divulgado pela violência com armas de espuma, o Belegarth é provavelmente a atividade mais durona da qual é possível participar vestido de elfo. As pessoas que curtem Belegarth ficam realmente putas com o termo “LARPer”, e insistem que isso é qualificado como um esporte. Os outros LARPers se referem a eles pejorativamente como “atletas da vara”.


Enquanto no resto do ano os praticantes do Belegarth confinam suas atividades a parques públicos e dormitórios de universidade, a Chaos Wars dá a eles a chance de liberar 12 meses de esquisitice reprimida numa semana inteira de orgias suarentas e iradas.

O festival acontece no Silver Bell Horse Ranch, uma localidade perto de Hailey, Idaho. Na cidade resort com 8 mil habitantes (que inclusive afirma ser a cidade natal de Ezra Pound), a reação à Chaos Wars vai do desconforto ao entretenimento cuidadoso. O setor comercial que recebe o maior impulso com a Chaos Wars pinta um retrato representativo dos participantes: as pessoas da Chaos Wars compram muita bebida e bolo. Tão grande é seu desejo por esses itens que a padaria de Hailey prepara antecipadamente muitos e muitos doces com temática medieval e a única loja de bebidas da cidade dobra o estoque pra se preparar.

Quando cheguei na tenda de boas-vindas da Chaos Wars no meio da tarde no quarto dia do festival, o mago que me recebeu já estava na quinta cerveja e prontamente anunciou sua intenção de ir ainda mais longe nas suas explorações etílicas. Ele compartilhava essas características com a maioria das pessoas que me ajudaram ansiosamente a armar minha barraca e colocar minha “roupa”, que consistia de uma túnica feita em casa e calças hakama de estampa berrante.

Vendo que eu tinha chegado muito tarde pra pegar alguma luta de verdade naquele dia, saí a procura de alguém interessante com quem conversar, o que me levou até Bacchus.


De cavanhaque, pintado de verde e usando um kilt preto, Bacchus me informou que sua fantasia indicava que ele era um “Duende Mascate”. Entre outras coisas, Bacchus conseguiu se destacar viajando a maior distância pra participar do festival. Ano passado, enquanto estava alocado no Afeganistão com o Exército Americano, ele pediu uma semana de folga, pulou num avião pro Kuwait e viajou mais de 27 mil quilômetros até o centro de Idaho pra se pintar de verde e arrebentar a cara de seus amigos com um espada escocesa feita de espuma. Cumprindo essa tarefa, ele dirigiu até o Aeroporto de Boise e pegou um voo de volta.

E ele não era o único participante que ganhava a vida protegendo os Estados Unidos — topei com pelo menos meia dúzia de militares, homens e mulheres, e fiquei sabendo de ainda mais gente no local. Um guerreiro particularmente intimidador que atendia pelo nome altamente apropriado de “Sampson”, trabalha como mergulhador da marinha quando não está vagando pelo mundo dos combates fantásticos. Este ano, Sampson e seu parceiro receberam as mais altas honrarias nos torneios de combates entre duplas.

A Chaos Wars inclui muitos desses subtorneios, mas o festival não faz juz ao seu nome até o sábado. Nessa altura, a maioria dos participantes ainda sãos ocupam um grande pasto pruma batalha “épica” e as coisas ficam suficientemente feias. Sempre vítimas de sua fraqueza por pompa, os organizadores do festival selecionaram “Cruzados versus Monstros” como tema da Batalha Final deste ano, aparentemente despreocupados ou inconscientes das complicações implícitas em colocar os muçulmanos como “monstros”.


Na maior parte do tempo, a energia de todos durante a “batalha final” é devotada a tentar resolver os problemas logísticos inerentes de realizar um confronto entre 500 pessoas baseado inteiramente no código de honra. Com machados, flechas e espadas de espuma voando pra todo lado, sem falar da morte instantânea que espera qualquer um que pise fora do “castelo” demarcado por cordas posicionadas no chão, entender o que diabos está acontecendo é algo muito próximo do impossível.

Enquanto os “cruzados” e “monstros” lutavam entre si no que parecia ser um scrum de rugby de 400 metros, uma nuvem de poeira subiu no calor de 35ºC, transformando a luz do sol em algo ainda mais insuportável. Com os gibões sujos de grama e a tinta dos rostos escorrendo com o suor, os combatentes “mortos” se misturavam do outro lado da batalha lotando as poucas sombras, tentando assim evitar a insolação.

Apesar da temperatura, das fantasias sufocantes e dos níveis baixos de aptidão física da média, nenhum único combatente passou mal ou vomitou. Um cara que parecia vagamente com Andre, the Giant sofreu o que parecia ser uma concussão, mas os paramédicos que se materializaram na cena logo o declararam em perfeita saúde.

No final da tarde, os Cruzados emergiram vitoriosos. Os Monstros insistiram que uma trapaça generalizada havia acontecido, esquecendo que o exército de Deus tem justificativa pra usar qualquer meio pra atingir a vitória.


Eu não estava qualificado pra participar da Chaos War por não pertencer a nenhum “Reino”, “Unidade” ou “Estandarte” (a diferenciação entre essas três coisas é muito bizantina pra ser exposta aqui), mas também recusei alguns dos convites pra tomar parte nas lutas em parte porque os lutadores de Belegarth tem que lidar com um nível impressionante de abuso físico. Além dos riscos acima mencionados envolvendo o calor e os danos cerebrais, as lutas estão cheias de histórias de joelhos estourados, costelas quebradas e quadris deslocados. Depois de uma das batalhas, uma figura magricela e mulambenta que vagava pelo campo fez a seguinte revelação: “Não sinto meus dois braços. Aquela última pancada deve ter comprimido um nervo da minha espinha”.

É tão grande o amor do Belegarth por uma boa luta que o esporte proíbe o uso de “mágica” no campo de batalha, algo permitido nas outras variações de LARP. A Chaos Wars só flerta com o sobrenatural na forma do “Conselho dos Magos”, que também é o único emprego bem sucedido de ironia do evento. Usando robes e barbas falsas feitas com saquinhos de supermercado, a meia dúzia de membros do conselho tomam parte no que eles chamam de DARP — Drunk-Assed Role Playing (algo como “Live Action Pinguço”).


Composto pelos caras mais “atléticos” (na falta de um termo melhor) do mundo do Belegarth, o Conselho passa a semana inteira mijando furtivamente nos arredores das aglomerações públicas e tropeçando nas coisas enquanto lançam “feitiços” em inimigos imaginários. O divisor de águas do conselho aconteceu às 2 da manhã da quinta, quando espalhou-se um boato pelo acampamento de que 60 centímetros de chuva estavam sendo esperados antes do amanhecer. Já bem loucos de uma mistura de vodca e framboesa que eles chamam de “Sangue de Falcão”, o conselho tomou a iniciativa de lançar uma “feitiço contra a chuva”.

Pra esse fim, os “magos” uivaram e tropeçaram uns nos outros no meio de um pasto vaziou por vários minutos, depois dos quais eles esqueceram o que estavam fazendo ali e foram embora. Na manhã seguinte, o conselho precisou lidar com uma ressaca genocida e as nuvens de chuva que pairavam sobre Hailey foram dissipadas, deixando nada mais que um rastro.


Todo mundo com quem conversei na Chaos Wars insistiu que eles se consideram uma grande “família”, e o evento com certeza parecia a reunião de moda mais ambiciosa do mundo. A idade dos participantes variava de tiozões com barba longa grisalha a crianças que tinham sido arrastadas pra lá por seus pais entusiasmados e involuntariamente cruéis. Um dos casais chegou até a pintar seu pimpolho de verde.

Fiquei lá por três dias, durante os quais testemunhei uma cerimônia de casamento. Na sexta, ambos ensaboados em tons venenosos de verde, Rumbeard, vestido como Geoffrey Rush no Piratas do Caribe, e Fangestra, usando um vestido rosa pastel, santificaram sua união numa forma curiosa de matrimônio. Levando o subtexto matrimonial de troca de propriedade ao extremo da lógica, um “vendedor de escravos” levou a noiva até o altar, depois a vendeu ao noivo pelo preço de dois barris de mirtilo. Os procedimentos então deram lugar a uma troca de votos escritos pelos próprios noivos. Cautelosamente religioso e indulgentemente sentimental, esse enlace poderia se assemelhar ao equivalente civil, se a noiva e o noivo não estivessem pintados de verde.


Essa mistura de brincadeira envergonhada e sobriedade de pedra é típica da Chaos Wars. Todo mundo aqui tem um salutar senso de humor sobre sua situação meio boba, mas em momentos cruciais todo mundo acaba caindo na fúria protetiva nerd de seu domínio escolhido.

Veja o caso de Forkbeard, talvez o mais fisicamente intimidadore guerreiro da Chaos Wars. Com mais de 1,80m, um tanquinho abdominal digno e pelos faciais mais loucos do que seu apelido sugere, Forkbeard entrou na batalha com um capacete de gladiador, luvas, armadura de couro dourada e tinta corporal verde. Ele empunhava sua lança coberta de espuma com força suficiente pra nocautear um homem adulto, o que ele fez várias vezes nas batalhas campais com pugilistas vestidos de maneira similar, todos derramando suor como se estivessem sendo torcidos por mãos gigantes.


Durante o calor da Batalha Final, Forkbeard saiu do campo e jogou no chão seu capacete. Ele parecia um viking desequilibrado.

“Não vou voltar pra lá!”, gritou.

Um espectador: “Que aconteceu? Você se machucou?”.

“Não vou voltar pra lá enquanto as pessoas continuarem trapaceando. É uma palhaçada. As pessoas não estão aceitando os golpes que recebem.”

Ele tirou mais algumas peças de armadura e saiu, emburrado, acenando pra alguns simpatizantes e soltando diversas maldições. O poderoso guerreiro, derrubado por um bando de trapaceiros sem vergonha.



FONTE: Vice - Batalhando por um Larp Mais Violento, http://www.vice.com/pt_br/read/batalhando-por-um-larp-mais-violento

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Vice - Conquistando o mundo livre

Desde que “Mundo Livre” Signifique uma Falsa Vila Medieval no Canadá

By Ben Makuch, Brett Gundlock e Raf Katigbak

Depois dessa batalha ficou aparente que as táticas de batalha élficas se baseiam em sentar na floresta e pegar os retardatários, confirmando assim as suspeitas de que elfos são uns bundões mesmo.

Houve um tempo em que o LARP (live action role-playing, ou jogo de interpretação ao vivo, uma das formas de se jogar RPG) nada mais era do que um bando de marmanjos virgens colecionadores de action figures que evitavam seus pensamentos suicidas arranhando uns aos outros com lanças de espuma num parque. Hoje ele é uma subcultura com sua própria indústria de milhares de dólares de armamentos falsos e uma série de torneios enormes que acontecem pelo mundo todo. Mas o lar natural do LARP é Quebec, onde franco-canadenses adultos acham perfeitamente aceitável fingir que vivem numa refilmagem de Guerreiros de Fogo feito como TCC prum curso de cinema. Eles até construíram mais de 100 estruturas “medievais” na “vila” de quase 150 hectares ao norte de Quebec que ganhou o apropriado nome de Grão-Ducado de Bicolline.

Todo mês de agosto, milhares de exemplares modernos da humanidade rumam para esse lugar para uma semana de festival medieval que acaba na Grande Batalha, o campeonato mais importante do LARP. A primeira batalha aconteceu em 1996 como uma competição para uns poucos quebequenses praticantes de LARP, e agora recebe gente de lugares distantes, como Luxemburgo. Como isso foi anunciado como um evento aberto a todos, aluguei uma fantasia esfarrapada de Peter Pan por US$ 30 e fiz a viagem de duas horas até lá desde Montreal.

Conforme estacionava na entrada, uma pequena “cabana de boas-vindas” surgiu de repente entre os pinheiros. Um organizador vestido como guarda suíço me mostrou o terreno, falou sobre as moedas cunhadas chamadas Solars e me deu um “cartão de batalha” com o meu nome (que depois troquei por três cervejas). Após recitar as regras, que incluíam “proibido fazer fogueiras” e “nada de violência”, ele me guiou até um enclave na pequena floresta da área, onde armei uma barraca. No caminho até lá passei por algumas construções com orcs jogando dados em frente ao fogo, um grupo de vikings assando um porco inteiro no espeto e um nenê vestido de elfo. Foi ficando claro que essa gente não estava de brincadeira.

Quando cheguei ao acampamento, meu vizinho, um “cita” de kilt de couro, estava reclamando que quase tinha sido expulso pela polícia da moda de Bicolline por causa de seus cadarços laranja, que “não estavam de acordo com os padrões medievais”. Mesmo assim não me preocupei com meu visual, tomei umas cervejas e dei um passeio. Depois de três canecas reais, eu caminhava pelas ruas ladeadas por tochas quando um clã de cavaleiros apareceu, derrubando bebida de seus chifres ocos. Do nada, um cara muito doido que parecia o Frei John correu pra mim, babando e com os olhos esbugalhados de anfetamina. Nesse tipo de situação a maioria das pessoas se cagaria de medo, mas eu fiquei hipnotizado pelo seu corte tigelinha da Idade Média. Antes que eu pudesse reagir, ele chacoalhou minha lata, espirrando cerveja pra todo lado.

“Por que diabos você não está tomando sua cerveja num chifre ou num caneco? Que merda, cara!”

Atordoado, eu só balancei a cabeça e decidi que não valia a pena ser expulso pelos guardas da segurança LARP vestido como um moleque de sete anos numa missão de dia das bruxas por causa desse lunático. Além disso, seria besteira perder a Grande Batalha épica sobre a qual todo mundo estava falando.

Esse cara descreveu sua classificação LARP como “escaramuçador”. Ele também é corretor de imóveis.
Mais tarde encontrei um guerreiro chamado Thorkol, membro orgulhoso do clã do Corvo. Seus longos cabelos loiros e barba vermelha irregular faziam ele parecer um viking na puberdade, mas na verdade ele era um comerciante de 20 e poucos anos que morava no porão da casa dos pais. Ele concordou em me levar pra conhecer o local e me apresentar aos seus “irmãos”. Enquanto atravessávamos a ponte levadiça que levava ao Grande Salão, contei ao Thorkol sobre o cuzão que tinha jogado minha cerveja no chão.

 “Você tem que entender que as pessoas vêm até aqui pra ser alguém diferente. Eles não gostam de gente que tira sarro disso ou que não os leva a sério”, ele disse. “E eu também não. Foda-se essa gente. Da próxima vez cubra sua cerveja com a capa. É como com as garotas. Alguns caras nunca conseguem pegar ninguém na vida real, mas vêm pra cá e agem como corajosos cavaleiros, e isso funciona.”

Mais tarde, Thorkol me levou pra dentro da cidade, onde seu clã estava festejando. Quando conheci o grupo eles se recusaram a dizer seus nomes verdadeiros, usando ao invés disso títulos como Tchakalouy, Morcius, Ulf ou Khylandra, a Princesa Fada. Um cara corpulento de chapéu emplumado e armadura que ficava gritando palavras de ordem pra todo mundo basicamente me mandou dar o fora, mas num liguajar antigo. Depois descobri que ele era policial na vida real. Foi interessante notar que mesmo nesse mundo de fantasia, policiais podem ser babacas em tempo integral.

No final da noite eu já estava de saco cheio dessa porra de jogo. Era como um purgatório social bizarro, moderado por pessoas com identidades falsas. Mas eu ainda podia esperar pela Grande Batalha, então fui dormir.

Acordei com gritos de guerra distorcidos. Puxei o zíper da minha tenda e vi um grupo de bárbaros em volta de um cara franco-canadense que parecia o Schwarzenegger no Conan. Levantando suas espadas num glorioso grito cerimonial, eles correram pro campo de batalha, desviando de isopores de cerveja e cadeiras de praia. Foi uma doideira que eu estava muito sonolento pra entender. Depois do cortejo de guerreiros que tiveram que fazer uma fila única pra atravessar a ponte até a gigantesca ravina onde seria a batalha, vi um regimento inteiro de cavaleiros totalmente equipados com espadas brilhantes passar enquanto terríveis criaturas do submundo guinchavam. A sede de sangue estava no ar.

Então a corneta soou e mais de dois mil LARPers correram uns em direção aos outros pro que deveria ser um embate bíblico de espadas e lanças. Mas o que aconteceu foi um borrão de armas de espuma cutucando a esmo, até que um “morto” rolasse pro lado fingindo convulsões. Como eles usavam um sistema de honra pra fazer a contagem de corpos, ouvi muitos marmanjos reclamando: “Te pequei!”, “Não pegou não!”. Eles inclusive faziam pausas para fumar e tirar sonecas, enquanto esperavam alguma coisa acontecer. Tive tempo até de filar um cigarro de um elfo morto — não tenho certeza se eles tinham cigarros industrializados na Idade Média, mas tanto faz.

Confuso e realmente entediado, tentei chamar atenção do rei que passava com sua corte, mas dois de seus guarda-costas de merda me bateram com as espadas de espuma, me acusando de ser “um assassino”. Essa foi a gota d'água. Depois de dois dias sofrendo bullying de um bando de nerds, eu estava me sentido mal comigo mesmo por sequer pensar que esse evento podia ser remotamente divertido, então arrumei minhas coisas e voltei pro mundo real.

Minhas muitas alegrias no Grão-Ducado de Bicolline. E por “alegrias” eu quero dizer “várias encheções de saco”.

Quem precisa de filhos quando se pode fingir ser um personagem da sua própria imaginação com milhares de outros canadenses iludidos infelizes?


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Reencenadores da Guerra Civil Americana



Reencenação da Guerra Civil americana não é só para loucos sulistas da terceira idade - é uma forma generalizada de lazer para milhares de pessoas trabalhadoras e lúcidas como o resto de nós. E LARPers.

FONTE: Conhecendo melhor a subcultura do dia,  http://thedailywh.at/tag/larp/

Um olhar único sobre a vida dos Reencenadores da Guerra Civil Americana que conta cerca de 50mil pessoas nos Estados Unidos. Este grupo tem mostrado como fazem sua parte em Orange Country, Califórnia e literalmente vivem e respiram a Guerra Cibil em todos os seus aspectos - não apenas nas batalhas, mas em viver o dia-a-dia também.

FONTE: Reencenadores da Guerra Civil Americana,  http://www.doobybrain.com/2012/08/22/american-civil-war-reenactors/

sem delongas

Sem mais explicações, vamos começar esse negócio.

LARP IS A SERIOUS BUSINESS